A FONTE DA JUVENTUDE | REVIEW

Nada além de uma aventura de straming

Em A Fonte da Juventude, a Apple aposta em uma verdadeira mistura de muitos elementos já conhecidos do cinema para construir um filme de ação e aventura. Isso tem seu lado bom, pois a produção pode jogar no seguro para que seu longa seja uma aventura despretensiosa. Esse é o caso, em que o streaming claramente busca estabelecer uma possível franquia.

Para tal, o estúdio apostou na fórmula mais simples que os streamings usam: grandes atores, diretor conhecido e uma série de clichês que formam uma narrativa dinâmica. O roteiro, apesar de beirar a superficialidade em tudo, consegue estabelecer um ritmo bastante engajante para o filme. Desde o ato inicial, as cenas de ação são bem colocadas, junto ao bom equilíbrio da comédia que, para o estilo da aventura, é necessária.

Mesmo com esses bons aspectos, o roteiro recorre a clichês bobos para tirar seus personagens de certas situações. Por exemplo, a criança superinteligente — ao chegar o começo do ato final — é quem resolve os problemas, em vez do grupo de ladrões experientes e funcionais. Entende-se que, por se tratar de um filme familiar, a produção precisava desse elemento, mas, em contraponto, não precisava usá-lo de forma excessiva e decisiva.

Visual e narrativamente, é inegável a grande inspiração em filmes como Indiana Jones e A Múmia. Mas o cineasta Guy Ritchie consegue construir bem a ação a partir das grandes ambientações e da dinâmica de perseguição por parte de outros grupos ao protagonista. Porém, quando são necessárias cenas de diálogo, o diretor as torna maçantes, com uma clara falta de habilidade para manter o ritmo da história.

Infelizmente, o elo mais fraco do filme é o elenco, mesmo com nomes gigantes. John Krasinski, apesar de uma boa entrega nas cenas de ação, carece de carisma e timing cômico para guiar a história. Natalie Portman é quem mais aproveita o tom do filme, inclusive por interpretar a personagem de contraponto em relação ao que está sendo feito pelo grupo inicialmente. Grandes nomes como Eiza González e Stanley Tucci são desperdiçados em papéis genéricos e pequenos.

Ao se encaminhar para o trecho final, o longa apresenta uma série de pequenas viradas na narrativa, o que se torna cansativo, principalmente por serem extremamente fáceis de prever.

Como uma aventura familiar simples, A Fonte da Juventude é muito eficaz, conseguindo também estabelecer uma possível franquia para a Apple explorar esse gênero — uma vez que é isso que ela busca com outros tipos de filmes. Mesmo com isso, falta charme, originalidade, estilo e, principalmente, uma história melhor para alcançar o máximo potencial de um longa de aventura para a família.

Rolar para cima