BAILARINA | REVIEW

O universo John Wick em expansão

Em Bailarina: Do Universo de John Wick, a recém-criada, porém já icônica franquia de ação, expande seus horizontes com seu primeiro longa-metragem derivado. O filme mantém a essência que tornou John Wick um fenômeno: coreografias de ação espetaculares, estética estilizada e um universo criminal peculiar.

Agora com uma nova protagonista, a narrativa se ancora na fórmula do combate ininterrupto, mesmo que em meio a uma história simples e um desenvolvimento dramático superficial. A proposta é clara: entregar entretenimento visual e físico acima de qualquer densidade narrativa.

Ana de Armas assume o protagonismo com uma performance fisicamente intensa, conseguindo sustentar a atenção do público mesmo com uma personagem pouco aprofundada. Embora o drama familiar que motiva sua jornada seja mal explorado, a atriz imprime à sua bailarina assassina um carisma suficiente para nos manter engajados. Ainda assim, falta à personagem uma identidade marcante que a diferencie no panteão de figuras icônicas deste universo.

O elenco coadjuvante, infelizmente, é subutilizado, o que inclui novos nomes como Norman Reedus e David Castañeda. Suas presenças acabam reduzidas a participações genéricas que não aproveitam o potencial de seus personagens. Já a participação de Keanu Reeves como John Wick é breve, mas absolutamente impactante. Sua figura continua sendo um pilar do universo — o temido Baba Yaga — cuja aura permanece influente mesmo sem estar em tela.

A direção é assinada por Len Wiseman, embora seja de conhecimento público que Chad Stahelski, criador da franquia, também tenha comandado regravações. O resultado é um longa com DNA claramente herdado dos filmes principais, especialmente no que diz respeito às cenas de ação. A criatividade das coreografias impressiona — desde o uso inusitado de pratos em uma luta, até sequências com granadas e uma com lança-chamas. A inventividade continua sendo marca registrada desta saga, provando mais uma vez o talento dos dublês que se transformaram em cineastas.

Como nos demais filmes da franquia, Bailarina: Do Universo de John Wick entende que o drama é apenas uma linha-guia: o verdadeiro protagonista aqui é o espetáculo da ação. A história é simples e direta, movida por um desejo de vingança, mas bem estruturada o suficiente para sustentar o ritmo eletrizante.

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