Nunca mais deixo o AirDrop ligado em locais públicos

É muito fácil um filme nos prender de cara. Particularmente, é mais fácil ainda quando mistura suspense psicológico com tecnologia. Essa mistura já foi utilizada por diversos filmes, mas “Drop: Ameaça Anônima” eleva isso para um patamar onde poucos conseguem chegar. Pelo menos até os 10 minutos finais…
A narrativa do filme, escolheu juntar esses aspectos da premissa com uma única ambientação em um restaurante, enquanto acompanhamos a protagonista em um primeiro encontro. Parece muita coisa, mas tudo acaba sendo apenas um plano de fundo para o que desenrola em relação a ameaça anônima que gera terror. O porquê de tudo isso está acontecendo, é escondido de nós, assim ficamos a mercê das descobertas e do entendimento da mulher que, durante boa parte do longa, apenas busca acabar com quem perturba sua vida naquele encontro.
O filme utiliza de elementos visuais em tela para nos imergir ainda mais, e isso é feito com muito sucesso. A ambientação do restaurante circular, que foi construída fisicamente pela produção, é outro aspecto que também nos ajuda a estar dentro da história.
Esse filme, assim como muitos, acabam utilizando do clichê de ameaça à família para que a narrativa se desenvolva por mais tempo. Durante boa parte, isso funciona, gerando dúvidas na protagonista em relação ao que fazer, mas infelizmente, isso causa um final desnecessário para o longa. Em seus 10 minutos finais, uma cena de terror slasher toma conta, onde um antagonista físico ameaça a protagonista e sua família com uma arma, mas é vencido por alguém escondido e uma faca. Isso tira boa parte do peso e do suspense psicológico que o filme nos carregou.
Meghann Fahy é espetacular nos carregando sob suas emoções e dúvidas em meio a uma situação inusitada, mas muito ameaçadora. O coadjuvante de Brandon Sklenar, é necessário para causar os momentos de estranheza do primeiro encontro, já que o personagem se mostra mais perdido do que a protagonista, não tendo ideia no que fazer na situação. No geral, “Drop: Ameaça Anônima” consegue nos entreter e nos agonizar de forma espontânea e se diferenciar dos inúmeros filmes de terror baratos da Blhumhouse Productions.