Mistura de sobrevivência e amor com zumbis

Extermínio: A Evolução chega 18 anos depois do segundo filme e mostra que a franquia não morreu. O salto temporal de 28 anos dentro da trama foi um enorme acerto, porque entrega um mundo que, se antes já estava destruído, agora é simplesmente devastador.
Danny Boyle volta como diretor entregando uma experiência frenética, visceral e tensa do começo ao fim. E o diretor se diverte muito ao executar um estilo de cena de impacto. Quando uma flecha acerta um infectado, o cineasta nos mostra o impacto de vários ângulos, girando quase 360º. É uma técnica insana com uma execução curiosa. E isso é somado pelas cenas de tensão, perseguição e sobrevivência.

A história, é simples, mas funciona. Um jovem, levado pelo pai, encara sua primeira aventura no continente cheio de infectados, enquanto a mãe, doente, está na ilha em que vivem. A partir daí, o garoto toma uma decisão de ir com a mãe em busca de um médico. Assim, o longa consegue entregar uma narrativa sobre amor, sobrevivência e laços familiares que pega forte, até mesmo ao mostrar um parto de uma infectada que afeta muito na trama.
O jovem Alfie Williams carrega o filme com uma entrega surreal, segurando tanto as cenas de ação quanto os momentos mais emocionais. Aaron Taylor-Johnson e Jodie Comer estão precisos como os pais — destaque para Comer, que vive uma personagem cheia de questões de memória e com uma situação que é chave pro desenvolvimento da história. E Ralph Fiennes, mesmo aparecendo pouco, faz um estrago no melhor sentido. É aquele tipo de personagem que chega no final e muda tudo.

Se tem um ponto que pode dividir opiniões é o final. Os últimos 20 minutos são pura insanidade — bizarros, corajosos e extremamente simbólicos sobre o que sobrou da humanidade. Eu, particularmente, amei. É caótico, desconfortável e faz todo sentido dentro desse universo, mostrando a possibilidade imensa de diferentes sociedades depois de décadas pós-apocalípticas.
Extermínio: A Evolução não reinventa o gênero como o primeiro filme fez lá em 2002. Mas acerta no que se propõe, sendo tenso, eletrizante, emocional e um baita retrato de luta e amor. E dá pra sentir claramente que funciona como uma ponte pra algo maior, já que o próximo filme já tá confirmado para janeiro do ano que vem. Aguardo e muito.