KARATÊ KID: LENDAS | REVIEW

O protocolo que faz bem

A fórmula Karatê Kid é, e sempre foi, a mesma. Seja nos quatro filmes com o Sr. Miyagi ou no reboot com Jackie Chan, a estrutura se repete. E com essa nova aventura não seria diferente. Ou poderia ter sido? Mas que mal há em seguir a fórmula? Afinal, se estamos falando de algo que funciona… não se mexe em time que está ganhando.

Claro, sempre existe a oportunidade de mudar, inovar, arriscar – e a gente gosta de ver isso. Senti falta disso em Karatê Kid: Lendas. Apesar de terem tentado um pouquinho, foi tão pouquinho que mal se sustentou. Sim, é um filme bastante protocolar, essa é a palavra-chave. Tudo o que acontece, você vê chegando a um quilômetro de distância. As situações são previsíveis, as resoluções também. E os personagens? Arquétipos que já vimos dezenas de vezes, principalmente dentro da própria franquia. Isso chega a incomodar em certo ponto, não vou mentir. É tão clichê que, às vezes, parece até uma paródia. Mas, apesar dos pesares… dá pra negar que a fórmula funciona? Eu acho que não.

E é aí que o filme acerta em cheio: te faz sentir bem. É um filme super good vibes, gostosinho e tranquilo de assistir. Ideal pra quando o dia está meio cinza e você só quer ver algo otimista pra levantar o astral. E nisso ele manda bem. Os protagonistas são carismáticos, os novos e também os já conhecidos, com o carinho que temos por Daniel e Sr. Han. As situações não são carregadas de pessimismo, os visuais da cidade são bonitos, e a trilha sonora é muito bem escolhida pra te deixar com uma sensação leve. Funciona. Saí do cinema feliz e com uma boa sensação. Veria de novo num dia despretensioso qualquer.

E já que falei dos mentores, vale dizer: poderiam ter sido melhor trabalhados. Mesmo com o peso da nostalgia, eles não são tão explorados. Seus passados, que poderiam ser um diferencial, ficam de lado. Daniel, principalmente, aparece tardiamente e já entra direto no modo “treinar o novo garoto”. Faltou desenvolvimento. Mas, ainda assim, cumprem o papel, porque a conexão emocional com eles já vem pronta.

Agora, um destaque positivo real: as cenas de luta e ação talvez sejam as melhores da franquia. A tecnologia atual e a experiência acumulada permitiram coreografias ágeis, acrobáticas e cheias de adrenalina. É maneiro de ver.

Se em Cobra Kai os criadores brincam mais com os padrões, testam formatos e arriscam um pouco, errou quem achou que o novo filme seguiria esse caminho. Mas tudo bem. Pelo menos foi gostoso de assistir.

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