PECADORES | REVIEW

Magnum Opus de Ryan Coogler

Magnum Opus, do latim “Obra Magna”, pode ser entendido como obra-prima. O diretor Ryan Coogler, que vem se consolidando com filmes marcantes como Creed e os dois Pantera Negra, dessa vez aposta em uma história original — sem ser adaptação ou continuação — e, na hora de colocar toda a sua habilidade à prova, ele faz isso com maestria. Como quem pinta um quadro lindíssimo.

Cheio de originalidade e com uma presença poderosa da cultura negra, Ryan celebra seu povo através do passado e do futuro. A música, que sempre funciona muito bem com o cinema, aqui é quase um personagem da história. O misticismo envolvendo o poder dela e sua relação com o povo negro é mágico, encantador, delirante.

E quando o filme mergulha na parte sobrenatural das criaturas, vi aqui uma das melhores representações de vampiros em tela. E o melhor: eles não estão ali só por entretenimento. Diversas interpretações podem surgir a partir deles — como a apropriação cultural ou a libertação.

Com esmero técnico e narrativo, “Pecadores” encanta, vicia, prende seus olhos na tela. É quase impossível desgrudar. Duas horas e vinte? Passam voando.

Acompanhar essa história pelos olhos dos personagens de Michael B. Jordan é um deleite. Interpretando gêmeos super carismáticos e distintos, ele entrega muito bem as dinâmicas necessárias para a narrativa.

E ah, tem aquela cena. Quando você assistir, vai saber. Magnífica, majestosa, quase me fez levitar da cadeira. Um espetáculo audiovisual. E naquele momento, eu me toquei: são filmes assim que me lembram do quanto — e do porquê — eu amo o cinema.

Filme gigante.

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