QUARTETO FANTÁSTICO: PRIMEIROS PASSOS | REVIEW

Quarta vez é o charme

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos é a jornada inicial da primeira família da Marvel no UCM, sendo também o primeiro filme da equipe feito pelo estúdio que a criou. Dessa forma, o longa é um verdadeiro espetáculo em todos os sentidos, equilibrando a dinâmica familiar com a escala heroica da trama.

Aproveitando-se da ambientação em um universo diferente ao que somos acostumados, o filme resolveu em dar uma abordagem completamente diferente ao mundo. A vibe retrô futurista e todo o visual enorme que a produção oferece, coloca o longa como um dos mais bonitos de se observar entre todos do gênero de heróis.

A direção de Matt Shakman, com essa carta na manga, consegue com muito sucesso elevar toda a estética do filme para algo além da composição de tela. Isso coloca o visual como um verdadeiro personagem, já que a realidade inteira é construída com a base retrofuturista ditada pela equipe.

Narrativamente, o mundo também é importante. A vibe esperançosa está muito presente, até mesmo quando a ameaça se apresenta como algo destruidor de mundo. O roteiro consegue nos fazer apegados aos personagens rapidamente, principalmente quando tudo o que lidera a trama é envolto de muitos sentimentos fortes, como medo, tristeza e o pavor de não saber o que fazer.

O filme se aproveita muito de não ter pré-requisitos para assistir, com uma história que é contada de maneira fluída e, apesar de muitos conceitos, desenvolve isso da forma mais natural possível. Tudo é em prol da narrativa que está sendo contada.  A trilha sonora de Michael Giacchino nasceu icônica, e ajuda a contar o filme ditando o tom épico.

Agora falando da equipe em si, é impecável a dinâmica e tom familiar que o filme definiu para abordá-los. Dessa forma, eles funcionam muito bem juntos com relações bem estabelecidas mesmo com poucas falas e diálogos internos para desenvolvimentos. E com isso, o filme tem espaço para fazê-los brilhar de forma individual.  

Pedro Pascal é um Reed Richards que saiu diretamente dos quadrinhos. Um cientista paranoico que as vezes se preocupa demais ou não sabe lidar com o mundo e as pessoas ao seu redor, sendo inseguro de forma ideal para formar a equipe. Por outro lado, Vanessa Kirby como Sue Storm é o coração, a força e o charme do filme. Ao mesmo tempo que se coloca como uma mulher e personagem extremamente poderosa, a atriz tem em sua interpretação um senso de cuidado e maternidade muito forte.

Joseph Quinn é um absoluto charme como Jhonny Storm. A mistura e o equilíbrio entre sua leve imaturidade e sua busca por ser visto e admirado no grupo é uma composição impecável das características que diferenciam esse personagem. Ebon Moss-Bachrach é um Coisa de pouco espaço, mas que ainda possui seus pontos especiais apesar da pouca expressão. Julia Garner como a Surfista Prateada é responsável pelas cenas de ação mais incríveis. A personagem tem uma importância maior do que o esperado, e sua trama, junto a Jhonny, move boa parte da narrativa como um todo.

Ter o Galactus como vilão, era algo que me deixou muito animado, mas eu sabia que a chance de errar com o personagem é muito grande, uma vez que tudo que envolve esse ser cósmico gigante e megapoderoso pode cair no exagerado e galhofa. Felizmente isso não chega perto de acontecer. UAU. O Galactus é, em todos os sentidos, IMPRESSIONANTE. Desde o visual até o uso dos poderes. Foi tudo muito bem pensado, e a recompensa é incrível. Sem contar a voz e interpretação potente de Ralph Inneson.

Diferenciando-se muito dos demais filmes do grupo, aqui a Marvel introduz um novo elemento essencial para a trama. Franklin Richards, o filho de Sue e Reed. A importância que ele tem na trama, e a forma em que ele encaminha o desfecho de tudo é sensacional.

Mesmo com a trama muito certinha e um ritmo alucinante, o filme se encaminha para um desfecho gigantesco, concluindo sua trama. Isso pode parecer surpreendente para alguns, já que a Marvel estabeleceu o retorno dos personagens em Avengers: Doomsday por meio da cena pós-créditos de Thunderbolts*.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos nos deixa com um gosto de quero mais, só que positivo. Nada faltou, mas estar nesse mundo com esses personagens é tão legal, bonito de ver e esperançoso, que a sensação é inevitável. Depois de muitos anos, e algumas tentativas, finalmente dá para se dizer que o Quarteto Fantástico ganhou uma boa representação. E no caso, ótima. Um acerto no tom, na história, na dinâmica, em tudo. Realmente sensacional. Ou devo dizer… FANTÁSTICO.

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